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Morte e Morte de Johnny Zombie
"Morte e Morte de Johnny Zombie" é destaque no Festival de Cinema Fantástico





Escondidos em programações alternativas e festivais temáticos, defendidos ferrenhamente por fãs que não têm vergonha de assumir o gosto, os filmes brasileiros de horror estão sedentos por telas e reconhecimento dos programas de incentivo do governo.

Zumbis, fantasmas, lobisomens, vampiros e outros seres bizarros passaram a ganhar grunhidos em português, em produções de baixo orçamento, a maioria feita com dinheiro saído do bolso dos próprios realizadores.

"Filme de gênero é cinema, mas, no Brasil, apesar de ser uma produção crescente, ainda não é bem aceito", observa o diretor Gabriel Carneiro, que assina "Morte e Morte de Johnny Zombie", destaque no Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro, que começa na quinta-feira.

O curta marca a estreia de Carneiro na direção, depois de muito escrever e pesquisar sobre obras de horror (veja ao lado a sua lista dos dez melhores filmes de zumbi). História de um jovem engenheiro que inala, por acidente, um gás tóxico que o transforma num morto-vivo, o filme busca jogar por terra a ideia de que, por ser de gênero, não quer dizer que não possa ser inventivo, discutindo a linguagem e seus parâmetros.

"É uma tentativa muito pessoal de brincar com uma coisa que me incomoda muito nos filmes de zumbi atuais, que só mostram os amigos de um morto-vivo tentando matá-lo como se fosse um favor para ele. O que fiz foi colocar o zumbi como protagonista, apresentando a visão dele sobre esse transtorno", justifica o diretor, que recorre à câmera subjetiva para aumentar essa sensação interior.

Não faltam homenagens a alguns nomes clássicos do horror, como George Romero e Roger Corman. "Eu me inspirei nos filmes de Romero para os zumbis como eles são hoje. Antes eles eram obra de magia negra. A partir de Romero, a transformação se dá no sangue contaminado", destaca.

O elenco de "Morte e Morte" é formado, curiosamente, por diretores que se aventuraram no gênero, como Joel Caetano (de "Minha Esposa é um Zumbi") e Felipe Guerra ("Canibais & Solução"), nomes que aguardam a abertura dos festivais e editais para o gênero. Em Minas, um dos seguidores é Rodrigo Brandão, de Santos Dumont, autor de "A Era dos Mortos" e "A Maleta".

"Os americanos colocam seus filmes no mercado, mesmo sendo toscos como ‘Atividade Paranormal’, porque investem na distribuição. Potencial comercial nos temos, só é preciso saber como distribui-los", registra Carneiro. Ele cita como exemplo o Japão, onde a febre de terror asiático existe há pouco mais de 20 anos, "Eles não tiveram medo de investir", compara.


Top 10 dos filmes de zumbi, por Gabriel Carneiro

1) A Terra dos Mortos (2005), de George Romero - "A obra-prima dos mortos-vivos"
2) O Dia dos Mortos (1985), de George Romero - "Zumbis humanizados"
3) Zombie – A Volta dos Mortos Vivos (1978), de Lucio Fulci -"Zumbis viscerais"
4) Mortos que Matam (1964), de Sidney Salkow - "Vampiros que se comportam como zumbis (e com Vincent Price)"
5) Re-Animator (1985), de Stuart Gilmore - "Mortos a serviço da ciência"
6) O Despertar dos Mortos (1978), de George Romero - "Um dia no shopping"
7) Mangue Negro (2008), de Rodrigo Aragão - "Zumbis tupiniquins"
8) Zumbi Branco (1932), de Victor Halperin - "Zumbi inaugural"
9) A Morta-Vida (1943), de Jacques Torneur - "Zumbi haitiano: a magia negra"
10) Minha Esposa é um Zumbi (2006), de Joel Caetano - "A melhor comédia de zumbis é nacional"


Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/pop-hd/cinema/filmes-de-terror-brasileiros-tentam-conquistar-publico-1.18796